Ensaio > CR-V 1.6 i-DTEC Lifestyle 4WD Auto (Navi+ADAS)
O CR-V foi alvo de uma remodelação, no início deste ano, que abrangeu tanto o seu visual como as motorizações.
Dois anos depois de termos testado a adaptação deste motor num veículo com as caraterísticas de um SUV familiar, fomos testar o que um aumento de 40 cv proporciona num veículo destes num ensaio completo de 4 dias e cerca de 600 km.
DESIGN E EQUIPAMENTO
Alvo de um restyling mais acentuado na frente e mais subtil na traseira, o novo CR-V mantém o seu ar sóbrio q.b. mas agora com um toque mais exuberante, atualizado e citadino.
Com 4,60 m de comprimento e 1,80 m de largura (excluindo os espelhos), o CR-V não deixa de ter um aspeto compacto e bem equilibrado.
Toda a zona frontal foi redesenhada. Os faróis Bi-HID, com nivelamento automático, delineados pelas luzes diurnas e a grelha em favo parecem formar um conjunto único. O para-choques frontal também foi alvo de alterações, sendo agora delineado pela guarnição plástica que separa a grelha inferior da área dos faróis de nevoeiro (que funcionam também como luzes de viragem), acabando sublinhado por um "lábio" prateado que lhe confere um ar mais desportivo e dinâmico.
Na traseira, os farolins foram alvo de uma ligeira alteração visual, integrando agora luzes em LED. Uma guarnição cromada separa o vidro da área inferior da porta da bagageira, e mais abaixo voltamos a encontrar o "lábio" prateado.
Esta versão é ainda equipada com vidros escurecidos e novas jantes de liga-leve de 18" com um design elegante e que projetam a sensação de movimento.
No interior muito pouca coisa mudou, relativamente à geração anterior, ressalvando a alteração da consola central de forma a integrar o ecrã tátil de 7" por onde se acede ao sistema de info-entretenimento Honda Connect, GPS e outras funcionalidades.
À parte da localização algo baixa do conjunto de botões dos quais fazem parte os sistemas de Avisador de Saída de Faixa (LDW), Assistência à Estabilidade do Veículo (VSA) e Controlo de Descidas Íngremes (HDC), cujo acesso nos obriga a desviar o olhar e inclinar o corpo (para quem tenha os braços mais curtos), todos os restantes comandos estão bem posicionados e de fácil acesso. Chamada de atenção para o manípulo de abertura do capot que, literalmente, se esconde na lateral perto do da abertura da tampa de combustível.
À parte da localização algo baixa do conjunto de botões dos quais fazem parte os sistemas de Avisador de Saída de Faixa (LDW), Assistência à Estabilidade do Veículo (VSA) e Controlo de Descidas Íngremes (HDC), cujo acesso nos obriga a desviar o olhar e inclinar o corpo (para quem tenha os braços mais curtos), todos os restantes comandos estão bem posicionados e de fácil acesso. Chamada de atenção para o manípulo de abertura do capot que, literalmente, se esconde na lateral perto do da abertura da tampa de combustível.
Os estofos em alcântara e pele continuam com um bom conforto e aderência, oferecendo uma boa posição de condução. O revestimento em pele preta estende-se também às portas numa excelente integração com os revestimentos plásticos.
O generoso habitáculo reflete a sensação de espaço que as dimensões exteriores do CR-V transmitem. Todos os 5 ocupantes têm espaço de sobra para viajar confortavelmente sem necessidade de se encolherem.
Tal como na Civic Tourer, tanto à frente como atrás, os passageiros usufruem de apoio central de braço, sendo que o da frente oculta um cofre profundo q.b. onde se situam as ligações USB, HDMI e uma de isqueiro. Já o porta luvas poderia ser um pouco mais espaçoso para um veículo destes, uma vez que só o caderno com os livros de manutenção e instruções ocupa a totalidade do espaço, por isso, caso queira usufruir do porta luvas para guardar outra coisa, recomendamos que guarde este caderno noutro local. Junto à iluminação frontal de teto encontra-se um pequeno espaço para guardar os óculos escuros, por exemplo. Se abrirmos este porta óculos apenas até meio, temos um "espelho" retrovisor do tipo grande angular que nos permite observar todo o interior traseiro do veículo, muito útil para quem tem crianças a viajar atrás, evitando as constantes viragens de cabeça e distrações.
Na bagageira não houve alterações, continuando com uma excelente capacidade de carga que passa dos 589 litros para os 1669, após o rebatimento dos bancos através das várias possibilidades de ativação.
MOTOR E CONSUMOS
Um dos SUV mais populares do planeta viu a sua motorização 2.2 ser substituída por um singelo 1.6 i-DTEC... Bem, sejamos sinceros, este 1.6 nada tem de singelo uma vez que conta com 160 cv de potência. E a esta altura do campeonato, acho que pode concordar connosco quando dizemos que este motor 1.6 i-DTEC é sem dúvida uma pequena grande maravilha.
É inevitável fazer comparações com as duas versões mais próximas deste modelo da Honda, a anterior 2.2 i-DTEC e a atual 1.6 i-DTEC de 120 cv. Todas as versões, incluindo esta em análise, disponibilizam a sua potência máxima às 4000 rpm e o binário máximo às 2000 rpm, a diferença está exatamente na quantidade de potência, binário disponibilizado e relação peso/potência. Esta versão biturbinada do 1.6 i-DTEC disponibiliza mais 40 cv e 50 Nm que a versão de 120 cv, e mais 10 cv que a anterior 2.2 (o binário é o mesmo), tendo a melhor relação peso/potência dos três (o 160 cv > 10,5 kg/cv, o 120 cv > 13 kg/cv e o 2.2 lt 150 cv > 12,3 kg/cv).
O motor que equipa este CR-V pode ser o mesmo da versão de 120 cv, no entanto aqui podemos ver o que dois turbos e mais 40 cv são capazes de proporcionar a um veículo cujo peso se situa entre os 1658 e os 1724 kg. Enquanto que para o anterior 2.2 i-DTEC a diferença não salta muito à vista, para o atual 1.6 é notória, não nos faltando "aquele bocadinho assim" nas recuperações ou em situações mais apertadas. O motor é energético, não apresentando o efeito de "lag" até ao disparo dos turbos, proporcionando uma aceleração linear e confiante em todas as relações da fantástica caixa de 9 velocidades (e acreditem, para quem é apologista das caixas manuais, isto é um verdadeiro elogio).
A transmissão automática (não CVT) de 9 velocidades é silenciosa e está muito bem escalonada, quer seja controlada pelo próprio sistema como pelo condutor. A mudança automática entre relações é feita de modo quase impercetível, sem perdas de rotação ou velocidade, notando-se apenas um ligeiro som de esforço do motor nas duas primeiras mudanças. Em fora de estrada não fica atrás de uma manual, gerindo muito bem as necessidades de potência e resposta do motor às diversas situações encontradas. A posição S (sport) dá uma ajudinha no aumento da força do motor, tornando o que já de si é bom em algo mais entusiasmante. A 9ª velocidade pode ser algo teimosa e mesmo em modo manual só se mantém ativada com a devida relação entre as rotações e a velocidade a que rolamos.
MOTOR E CONSUMOS
Um dos SUV mais populares do planeta viu a sua motorização 2.2 ser substituída por um singelo 1.6 i-DTEC... Bem, sejamos sinceros, este 1.6 nada tem de singelo uma vez que conta com 160 cv de potência. E a esta altura do campeonato, acho que pode concordar connosco quando dizemos que este motor 1.6 i-DTEC é sem dúvida uma pequena grande maravilha.
É inevitável fazer comparações com as duas versões mais próximas deste modelo da Honda, a anterior 2.2 i-DTEC e a atual 1.6 i-DTEC de 120 cv. Todas as versões, incluindo esta em análise, disponibilizam a sua potência máxima às 4000 rpm e o binário máximo às 2000 rpm, a diferença está exatamente na quantidade de potência, binário disponibilizado e relação peso/potência. Esta versão biturbinada do 1.6 i-DTEC disponibiliza mais 40 cv e 50 Nm que a versão de 120 cv, e mais 10 cv que a anterior 2.2 (o binário é o mesmo), tendo a melhor relação peso/potência dos três (o 160 cv > 10,5 kg/cv, o 120 cv > 13 kg/cv e o 2.2 lt 150 cv > 12,3 kg/cv).
O motor que equipa este CR-V pode ser o mesmo da versão de 120 cv, no entanto aqui podemos ver o que dois turbos e mais 40 cv são capazes de proporcionar a um veículo cujo peso se situa entre os 1658 e os 1724 kg. Enquanto que para o anterior 2.2 i-DTEC a diferença não salta muito à vista, para o atual 1.6 é notória, não nos faltando "aquele bocadinho assim" nas recuperações ou em situações mais apertadas. O motor é energético, não apresentando o efeito de "lag" até ao disparo dos turbos, proporcionando uma aceleração linear e confiante em todas as relações da fantástica caixa de 9 velocidades (e acreditem, para quem é apologista das caixas manuais, isto é um verdadeiro elogio).
A transmissão automática (não CVT) de 9 velocidades é silenciosa e está muito bem escalonada, quer seja controlada pelo próprio sistema como pelo condutor. A mudança automática entre relações é feita de modo quase impercetível, sem perdas de rotação ou velocidade, notando-se apenas um ligeiro som de esforço do motor nas duas primeiras mudanças. Em fora de estrada não fica atrás de uma manual, gerindo muito bem as necessidades de potência e resposta do motor às diversas situações encontradas. A posição S (sport) dá uma ajudinha no aumento da força do motor, tornando o que já de si é bom em algo mais entusiasmante. A 9ª velocidade pode ser algo teimosa e mesmo em modo manual só se mantém ativada com a devida relação entre as rotações e a velocidade a que rolamos.
Para esta versão 4WD automática a marca anuncia consumos combinados de 5,3 lt/100km, a verdade é que este foi o veículo Honda a diesel mais "comilão" que ensaiámos até hoje. Não tendo qualquer preocupação com os consumos durante todo o ensaio, que incluiu trajetos de cidade (5%), nacionais (45%), auto-estradas (45%) e fora de estrada (5%), a média de consumo ficou-se pelos 7,8 lt/100km. O consumo mínimo, registado pelo computador de bordo, foi de 6,1 lt/100km no percurso em nacionais.
COMPORTAMENTO E SEGURANÇA
Nas nacionais de piso mais degradado e traçado irregular, onde podemos testar o comportamento da suspensão e da transmissão automática com uma condução um pouco mais desportiva, tivemos uma
agradável surpresa. O CR-V, ajudado pelo sistema VSA, mostrou uma excelente estabilidade em percursos de curvas e
contracurvas, e a caixa automática consegue gerir excecionalmente bem as reduções e recuperações que traçados destes exigem, fazendo a passagem entre as relações de forma impercetível.
O pouco que rolámos em cidade deu para perceber o jeito que dá ter uma caixa automática, principalmente no pára e arranca das horas de ponta. A direção é leve e precisa facilitando as manobras
em espaços mais apertados, já os seus 4,60 metros de comprimento não ajudam em nada na vida citadina, principalmente quando se tenta arranjar um lugar de estacionamento. Aqui a câmara traseira é uma excelente ajuda,
sendo precisa e de boa visibilidade quer de dia ou noite, sem complicações na sua
interpretação.
Em auto-estrada, o comportamento é linear e o andamento suave e sem grandes irregularidades. É neste cenário onde podemos mais facilmente fazer uso da 9ª velocidade. A aerodinâmica podia ser melhor, em velocidades mais elevadas notou-se uma tendência para ruídos da passagem do ar junto ao pilar B. Já o isolamento sonoro ao rolamento e ruído proveniente do motor é bastante bom.
Em fora de estrada, com os pneus estradistas de origem da Continental, o CR-V surpreendeu pela positiva em pisos
arenosos, mas em subidas mais íngremes de terreno mais
solto o seu peso torna-se numa clara desvantagem, mostrando prestações piores do que as do seu antecessor 2.2 i-DTEC manual. Em pisos mais consistentes, o sistema de
tração às 4 do CR-V e a transmissão automática (na posição S) funcionam na perfeição dando-nos a aderência e força necessária
para a transposição de obstáculos e eventuais "atascanços" em zonas mais arenosas.
Quando este ensaio teve início havia uma certa curiosidade quanto às
prestações de uma caixa automática em cenários fora de estrada, no final o
resultado é positivo, embora persista a opinião de que uma
caixa manual seja mais indicada para estas andanças.
Em qualquer cenário, a suspensão apresentou-se confortável e estável, transmitindo uma sensação de segurança à condução e manobrabilidade precisa, absorvendo as irregularidades do piso citadino e das estradas nacionais, bem como o adornar das curvas e contracurvas sem que os passageiros fossem sacudidos de um lado para o outro.
Esta versão Lifestyle vinha equipada com o opcional pack ADAS (Segurança Avançada de Auxílio ao Condutor) que já descrevemos no ensaio da Civic Tourer. Este pacote incluí o
avisador de colisão frontal (FCW), reconhecimento de sinalização de
trânsito (TSR), avisador de saída de faixa (LDW), e informação de ângulo morto (BSI) incluindo
monitor de trânsito lateral (CTM).
Para além deste pacote opcional, esta versão do CR-V vem equipada de série com airbag i-SRS para o condutor (insuflação de dois estágios), airbag do passageiro e laterais de cortina, assistência à travagem (BA), assistência à estabilidade do veículo (VSA), assistência à estabilidade do atrelado (TSA), sistema de alerta de esvaziamento de pneus (DWS), assistência ao arranque em subida (HSA), sistema de sinalização de paragem de emergência (ESS) e sistema de travagem ativa em cidade (CTBA).
Para além deste pacote opcional, esta versão do CR-V vem equipada de série com airbag i-SRS para o condutor (insuflação de dois estágios), airbag do passageiro e laterais de cortina, assistência à travagem (BA), assistência à estabilidade do veículo (VSA), assistência à estabilidade do atrelado (TSA), sistema de alerta de esvaziamento de pneus (DWS), assistência ao arranque em subida (HSA), sistema de sinalização de paragem de emergência (ESS) e sistema de travagem ativa em cidade (CTBA).
Destaque ainda para o sistema de suporte dos máximos (HSS), que em todo o ensaio se mostrou eficiente na maneira precisa em que deteta quando deve desligá-los
e ligá-los novamente, seja por iluminação deficiente da via, por termos o pôr do sol nas nossas costas ou por detetar
outro veiculo mesmo que este surja numa curva.
VALORES
O CR-V 1.6 i-DTEC AT de 160 cv está disponível em 3 níveis de equipamento: Elegance (a partir de 41.350€), Lifestyle (a partir
de 44.950€) e Executive (a partir de 48.650€).
Neste
caso específico da versão Lifestyle, a pintura metalizada Branco Orchid (650€),
Connect Navi (600€) e ADAS (700€) aumentam o valor para os 46.900€.
No entanto, até ao final do ano poderá aproveitar a campanha em vigor e adquiri-lo por 42.976€.
No entanto, até ao final do ano poderá aproveitar a campanha em vigor e adquiri-lo por 42.976€.
VEREDITO
Do que gostámos?
Comportamento
Pack ADAS
Caixa automática de 9 velocidades
Sistema de suporte dos máximos (HSS)
A melhorar?
Insonorização aerodinâmica
Espaço do porta-luvas
Do que gostámos?
Comportamento
Pack ADAS
Caixa automática de 9 velocidades
Sistema de suporte dos máximos (HSS)
A melhorar?
Insonorização aerodinâmica
Espaço do porta-luvas
C. Ruivo