Ensaio > Civic Tourer 1.6 i-DTEC Lifestyle (Navi+ADAS)
Com os modelos Accord descontinuados, a Civic Tourer tornou-se numa variante indispensável para a gama Civic e para a própria marca, visto ser a única opção de carrinha familiar que a Honda tem para oferecer. Por isso, fomos testá-la nos mais variados cenários que uma família poderá utilizá-la, seja no dia a dia ou numa viagem de férias ou fim de semana.
Iniciámos
o nosso ensaio enfrentando o traçado do IC19 rumo a Lisboa com a
viatura
com pouco mais de 11.000 kms, de cor Vermelho Passion Metalizado, uma cor estranha que tão
depressa parece toranja como laranja/tijolo. Quisemos dar à Civic Tourer um gosto de
todo o género de traçados e estados de piso que pudemos, e durante 2
dias percorremos troços de cidade, auto-estrada, estradas de serra e
nacionais curvilíneas de piso duvidoso.
DESIGN
DESIGN
O
design exterior já é conhecido mas foi recentemente alvo de uma revisão que abrangeu toda a gama Civic.
As alterações manifestam-se principalmente na dianteira, realçada pelos novos faróis com luzes diurnas integradas, uma grelha nova e um para-choques mais esguio e desportivo. Nesta versão, os faróis em LED e os vidros escurecidos são de série, ajudando a realçar as linhas da Tourer e conferindo-lhe um visual ainda mais desportivo e apelativo. Na traseira, os polémicos farolins salientes do hatchback apresentam-se mais estilizados e elegantes, um desenho que quanto a nós funcionam bastante melhor do que o do seu irmão, tornando a traseira mais harmoniosa.
As alterações manifestam-se principalmente na dianteira, realçada pelos novos faróis com luzes diurnas integradas, uma grelha nova e um para-choques mais esguio e desportivo. Nesta versão, os faróis em LED e os vidros escurecidos são de série, ajudando a realçar as linhas da Tourer e conferindo-lhe um visual ainda mais desportivo e apelativo. Na traseira, os polémicos farolins salientes do hatchback apresentam-se mais estilizados e elegantes, um desenho que quanto a nós funcionam bastante melhor do que o do seu irmão, tornando a traseira mais harmoniosa.
No
interior não houve grandes alterações, este facelift trouxe
novos acabamentos ao nível dos tecidos, sendo esta versão caraterizada
por tecido preto com costuras em branco nos bancos e painéis das portas,
a disposição dos comandos e
mostradores mantém-se.
A qualidade
dos materiais é boa e agradável ao toque, nada de barulhos parasitas
mesmo em pisos empedrados ou degradados e o volante multifunções em pele oferece uma
boa aderência, apontamentos de preto brilhante na zona dos botões dão-lhe um ligeiro requinte.
A zona superior onde fica localizado o monitor do
computador de bordo e do velocímetro, continua a necessitar de um
ajustamento de
forma a que a luz solar não incida tão diretamente, pois quando o sol se
posiciona na nossa lateral esquerda, a sua visibilidade fica
reduzida para metade, tornando difícil a leitura.
O sistema de info-entretenimento Honda Connect é acedido através do
ecrã tátil de 7" posicionado na consola central, o que facilita bastante o seu acesso e controle,
tornando-se mais prático do que outras opções com joysticks. O sistema está bem conseguido, é simples, intuitivo, funcional e
contem todas as informações necessárias. Funciona com a plataforma Android e o seu manuseamento é idêntico ao dos smartphones, podendo ser instaladas novas aplicações.
O
ecrã de 7" pode ser personalizado de
acordo com as preferências de cada proprietário, "descolando-se" da
consola central para dar acesso ao leitor de CD. A navegação por ícones
facilita a seleção e a procura dos vários menus. Quanto ao programa
utilizado para o computador de bordo, ao contrário de todas as outras
funções, nota apenas para a ligeira dificuldade em encontrar o caminho para
efetuar o reset do consumo médio.
De destacar ainda o GPS e a câmara traseira como auxiliar de
estacionamento, que funcionam na perfeição.
De resto, todos os
comandos
pareceram-nos bem localizados e ajustados ao condutor, à exceção dos
comandos para o aquecimento dos bancos, suspensão adaptável (ADS) e
IdleStop (paragem automática ao ralenti) que ficam ocultados sempre que a
manete das mudanças se posiciona nas 1ª e 3ª velocidades, dificultando
bastante o seu acesso.
Os bancos frontais são
confortáveis e com um bom apoio lombar, tornando-se fácil encontrar uma
boa posição de condução. Já os traseiros podiam ser um pouco mais macios
e ergonomicamente mais confortáveis (aqui julgamos que a culpa recairá
sobre o sistema "mágico" do bancos, pois o mesmo acontece com o Jazz).
Tanto à frente como atrás, os passageiros usufruem de apoio central de
braço, sendo que o da frente oculta um cofre profundo q.b. onde se
situam as ligações USB, HDMI e uma de isqueiro, atrás o apoio de braço
integra suporte para dois copos.
O espaço interior é
realmente generoso, quer se esteja a falar em espaço
para os ocupantes como para carga, ou não fosse a Civic Tourer campeã
no seu segmento. Afinal de contas, não é todos os dias que conseguimos
entrar por uma porta de um carro e sair pela outra em pé (embora de
costas curvadas), tudo graças à possibilidade de levantar os assentos
dos bancos traseiros.
Os
bancos traseiros mágicos estão presentes, e na sua posição de totalmente
rebatidos
oferecem uma capacidade máxima de carga na ordem dos 1.668 litros. Com
os bancos traseiros em posição normal, a bagageira conta com 624 litros
de
volume, até ao nível da cobertura da bagageira, o que é suficiente para
três malas grandes. De destacar ainda o cofre de 117 litros, que se
situa alojado por debaixo do piso da bagageira (onde normalmente se
situa o pneu sobressalente), e que ajuda a ocultar pertences mais
valiosos ou a transportar volumes mais altos, principalmente quando se
quer ter a cobertura fechada. A cobertura da bagageira é de rolo e
recolhe facilmente com um toque, não tão fácil é a remoção da sua barra,
uma vez que é necessária alguma força para desprende-la dos apoios. O
acesso à bagageira foi rebaixado facilitando, assim, a entrada e saída
de carga, pessoas (útil para limpeza ou retirada da barra da cobertura)
ou animais de estimação.
MOTOR E CONSUMOS
O
1.6 i-DTEC de 120 cv já não é novidade mas não deixa de surpreender
pela sua adaptabilidade aos vários segmentos onde é inserido,
revelando-se um pouco fraco apenas no CR-V
dada a sua relação peso/potência, mas mesmo aqui nada de
extraordinariamente gritante e ultrapassado com o aumento de potência na
versão de 160 cv 4WD.
Na Civic Tourer, este motor revela-se bem
equilibrado, suave e linear. É certo que não é nenhum 2.0 de 170cv, mas
de forma alguma nos deixa "agarrados" quando se exige algo mais dele.
Com 300 Nm de binário às 2000 rpm as recuperações são feitas rapidamente
mesmo em baixas rotações. A transmissão de 6 velocidades é precisa,
rápida e bem escalonada, mas podia ser um pouco mais suave na transição
entre mudanças. Tal como no HR-V, a 6ª velocidade tem um comportamento
fora de série e muitas vezes damos por nós a rolar a rotações onde
normalmente se estaria com uma 3ª ou 4ª velocidade.
Outra
característica deste fantástico motor são os consumos e a Tourer não é
exceção à regra. Durante os pouco mais de 300 kms que durou este ensaio,
não tivemos qualquer preocupação em ver o quão económica ela
conseguiria ser, antes pelo contrário, quisemos ver como se sairia numa
condução despreocupada mas com o modo ECON ligado.
A verdade é
que por muito que puxássemos pela Tourer numa condução mais desportiva,
de curva e contra curva, o máximo que conseguimos foi 6,1 lt/100km. Já
numa condução mais calma e regular, o computador de bordo assinalou
valores de 4,5 lt/100km. No final do ensaio, com apenas 1/5 do depósito gasto, registava uma média de 5,5
lt/100km.
COMPORTAMENTO
A Civic Tourer demonstrou ser um veículo agradável de se conduzir em qualquer cenário.
A sua exata direção ajuda em qualquer tipo de manobra, seja a velocidades baixas ou mais elevadas, tornando-a fácil de manobrar.
Porém,
tratando-se de uma carrinha familiar dada a viagens mais longas, a
insonorização deveria ser um pouco melhor, pois em velocidades mais
elevadas o ruído do rolamento começa a notar-se ligeiramente.
A
Civic Tourer vem equipada com suspensão traseira adaptável em 3 modos: Comfort, Normal e Dynamic. Este sistema ajusta, consoante a
vontade do condutor, o comportamento da suspensão conforme as
necessidades de conforto ou estabilidade. Segundo o nosso ponto de
vista, o modo Comfort deverá ser selecionado em cidade ou pisos
degradados e velocidades mais baixas onde se beneficiará claramente de
um maior conforto na amortização das irregularidades da estrada (as
costas agradecem). Se utilizarmos a suspensão em modo Comfort num
cenário com curvas ou lombas a uma velocidade acima dos 90 km/h, depressa
notamos o bambolear exagerado da carroçaria. O modo Normal deverá ser
selecionado em viagens a velocidades mais elevadas, onde o piso é bom e o
traçado mais característico de vias rápidas ou auto-estradas, o melhor
compromisso entre estabilidade e conforto. Por último, dever-se-á optar
pelo Dynamic apenas quando se pretende uma suspensão mais rígida para
uma condução mais desportiva.
Para além dos sistemas de segurança equipados de série, como o sistema de paragem de emergência (ESS), de alerta de esvaziamento de pneus (DWS), de travagem ativa em cidade (CTBA), assistência ao arranque em subida (HSA), entre outros mais comuns, esta versão Lifestyle vinha ainda equipada com o kit de segurança opcional ADAS.
Este incluí o
avisador de colisão frontal (FCW), reconhecimento de sinalização de
trânsito (TSR) e avisador de saída de faixa (LDW), cujos avisos são
visualizados no ecrã i-MID do computador de bordo e audíveis através de
sinal sonoro e, ainda, informação de ângulo morto (BSI) incluindo
monitor de trânsito lateral (CTM), visualizado através de um sinal
luminoso no respetivo espelho retrovisor.
O sistema TSR é de uma
precisão espantosa, captando e reconhecendo sinais de trânsito menos
visíveis e distinguindo os que são destinados à nossa faixa de rodagem e
os que são, por exemplo, indicados para faixas de saída de via. O
sistema LDW tem uma leitura exata, mas o traçado não pode estar muito
desgastado ou haverá falhas nos avisos. Não aconselhamos a utilização
deste sistema em estradas nacionais com muitas curvas, pois devido à
facilidade com que se pisa o traçado, rapidamente se tornará irritante
estar constantemente a ouvir o sinal sonoro. De resto este sistema é
bastante útil em auto-estradas, uma vez que em viagens mais longas
qualquer distração ou cansaço poderá significar um desvio para fora da
faixa de circulação. Já o sistema CTM é útil em qualquer situação,
avisando-nos da passagem de outros veículos que circulem na mesma via e
sentido, independentemente do lado em que o façam, ou simplesmente da
presença de veículos que tenhamos ultrapassado e que ainda estejam na
nossa zona de influência.
VALORES
A Civic
Tourer 1.6 i-DTEC está disponível em 4 níveis de equipamento: Comfort (a
partir de 27.020€), Elegance (a partir de 28.120€), Lifestyle (a partir
de 31.220€) e Executive (a partir de 33.420€).
Neste caso específico da versão Lifestyle, a pintura metalizada (480€), Connect Navi (600€) e ADAS (700€) aumentam o valor para os 33.000€.
No entanto, até ao final do ano poderá aproveitar a campanha em vigor e adquiri-la por 28.762€.
No entanto, até ao final do ano poderá aproveitar a campanha em vigor e adquiri-la por 28.762€.
VEREDITO
Do que gostámos?
Comportamento
Equipamento de série
ADAS
Suspensão adaptável
A melhorar?
Insonorização
Ensombramento da área do velocímetro e do ecrã i-MID
Bancos traseiros mais envolventes
Procedimento para reiniciar os valores de consumo
C. Ruivo