Ensaio > Civic 1.6 i-DTEC 9AT Executive Premium
Depois de testarmos todas as variantes do Honda Civic, a gasolina e diesel, de transmissão manual e CVT, não podíamos deixar para trás a que provavelmente será filha única nas gerações que se seguem (particularmente se a Honda cumprir com o anunciado e terminar de vez com a oferta diesel).
Para o primeiro ensaio do ano submetemos aquela que, a acreditar no advento da extinção diesel, poderia muito bem ter sido designada de edição limitada, a quase 800 km de variados cenários de longas retas de estradas nacionais, extensos percursos curvilíneos de serra, auto-estrada e um pouco de circulação urbana.
DESIGN E EQUIPAMENTO
Em termos visuais tudo permanece igual, para além da ausência da manete das mudanças, não existe nada nesta versão do Civic que a destaque ou diferencie das outras, ou que denuncie à primeira vista tratar-se de um automático, e muito menos de um automático a diesel.
Apesar do design da 10ª geração já não ser estranho e quase passar despercebido nas metrópoles mais movimentadas e densamente populadas, nas pequenas urbes do interior ainda consegue suscitar curiosidade e revirar cabeças.
Apesar do design da 10ª geração já não ser estranho e quase passar despercebido nas metrópoles mais movimentadas e densamente populadas, nas pequenas urbes do interior ainda consegue suscitar curiosidade e revirar cabeças.
Se no Civic a gasolina somos presenteados com uma transmissão automática CVT de 7 velocidades, no 1.6 i-DTEC a Honda optou pela automática de 9 velocidades operada por botões, limpando a consola central de um "poste" entre o lugar do condutor e do pendura.
Para além de despertar a curiosidade dos olhares de terceiros, a ausência da manete das mudanças é algo que se estranha quando entramos no carro, mas acaba por ser um conceito que, após uma breve análise da disposição dos botões, se interioriza rapidamente e que no decorrer da condução se opera instintivamente tal como com a manete.
Em termos de equipamento nada difere das restantes versões equipadas com o nível Executive Premium, estando presente a ligação aos smarthpones, carregamento NFC, internet, entradas USB, HDMI e a tradicional 12V tipo isqueiro, apoio de braço, sistema de info-entretenimento, pacote completo de segurança Honda Sensing, câmara traseira, sensores de estacionamento, de luz e chuva, apoio às luzes de máximos, entre tantos outros.
MOTOR E CONSUMOS
O motor 1.6 i-DTEC, apesar de ser um pouco atraiçoado pela transmissão, continua aqui a mostrar-se uma mais valia, quer nos consumos quer no comportamento, com uma apta resposta em todos os regimes.
O motor 1.6 i-DTEC, apesar de ser um pouco atraiçoado pela transmissão, continua aqui a mostrar-se uma mais valia, quer nos consumos quer no comportamento, com uma apta resposta em todos os regimes.
Embora o motor seja o mesmo que equipa a versão de transmissão manual, no 9AT o tempo de aceleração dos 0-100 km/h é ligeiramente maior, mais precisamente 0,7 segundos (de acordo com a marca). Um facto pouco percetível não fossem as duas primeiras relações que, embora de forma um pouco mais ténue comparativamente às tradicionais CVT, continuam a dar a sensação de motor em esforço durante o arranque. Esta sensação é ainda mais percetível num arranque inicial com o carro em posição desfavorável, como por exemplo numa subida, notando-se mesmo uma apatia desconfortável até o motor acordar, como se este estivesse à espera de algo que lhe desse vida (o arranque do turbo às 1400 rpm).
No entanto, se pisarmos no acelerador com mais convicção de forma a subirmos rapidamente o binário e apressarmos o disparo do turbo, este efeito é notoriamente reduzido e o motor mostra mais prontamente e de forma audível a sua força. Também com a caixa de velocidades em modo "S" (sport) este retardamento é reduzido, para além de ficarmos com uma resposta ligeiramente, mas notoriamente, mais dinâmica e competente.
Curiosamente, a relação de marcha-atrás "R" que deveria ter um comportamento progressivo e dilatado requer algum cuidado pois, ao contrário do arranque em "D", se largarmos o travão de súbito, a aceleração dá-se quase instantaneamente e de forma energética.
Quando em andamento, a troca automática entre as restantes velocidades faz-se de forma bastante suave e praticamente impercetível, salvo quando nos deparamos com os percursos mais exigentes de serra onde o sistema automático parece não conseguir avaliar muito bem a necessária rapidez na mudança durante uma condução mais desportiva, ficando ou mudando para uma mudança mais alta do que a desejada em curva ou com uma mudança demasiado baixa para o travamento do motor durante uma descida. Também nestas situações o posicionamento da caixa em "S" ou a utilização do modo sequencial através das patilhas, resolvem o assunto.
Resumidamente, embora o fosso existente no arranque até ao disparo do turbo ainda se faça notar, esta caixa automática apresenta um comportamento suave e eficaz, mas requer uma certa habituação ao seu comportamento e desempenho para se tirar o melhor proveito dela. São quase tantas as velocidades como os dedos que temos nas mãos que, inevitavelmente, surge a dúvida se na realidade são todas usadas. Na maioria dos casos apenas as 7 primeiras o são, as duas últimas surgem quando a velocidade assim o exige.
Em matéria de consumos, relativamente à versão 6MT do Civic diesel, o 9AT mostrou-se um pouquinho mais sedento que o irmão "manual" (quase +0.5 lt/100km), mesmo com o modo ECON sempre ligado. Ao longo do ensaio tornou-se evidente que a caixa manual de 6 velocidades se relaciona melhor com o motor 1.6 diesel e isso reflete-se também nas emissões de CO2, com menos 18 g/km a serem lançados na atmosfera do que com esta versão automática.
O consumo combinado anunciado do 9AT é de uns meros 4.1 lt/100 km. O consumo combinado registado no término do ensaio foi de 5.6 lt/100km, sendo que o valor mais baixo exibido foi momentaneamente de 4.4 lt/100km após um percurso de velocidade cruzeiro a 50 km/h numa realmente bastante longa reta de uma nacional. Pelo meio, registamos valores entre os 5.9 e 7 lt/100km em urbano (5%), entre os 4.9 e 5.4 lt/100km em extra-urbano (60%) e entre os 5.1 e 5.6 lt/100km em auto-estrada (35%).
COMPORTAMENTO
Esta versão automática do Civic diesel acaba por ter um comportamento bastante familiar ao da versão CVT a gasolina. Em cidade sobressai a leveza da direção e o descanso da perna esquerda na ausência das constantes mudanças de velocidades, assim como o conforto da suspensão nos pisos mais irregulares. Em estrada, o ênfase vai para a suavidade do rolamento nas vias mais rápidas, e para a precisão da direção e competência do comportamento do chassis e da suspensão nas mais sinuosas.
No entanto, nem tudo são rosas e tal como com a transmissão CVT, numa condução mais desportiva e exigente, esta 9AT reage um pouco lentamente na posição "D", mas apesar de eventuais seleções desajustadas de velocidades por parte da transmissão automática com a caixa nesta posição, o chassis lidou com grande competência o comportamento mais solto em curva. Para eliminar este comportamento, basta utilizar a posição "S"e desfrutar de uma condução desportiva de forma mais equilibrada e confiante. Para termos uma ligação mais direta e controladora com o carro, podemos recorrer à mudança manual das velocidades através das patilhas no volante.
Basicamente, temos um carro que por um lado oferece conduções calmas e andamentos suaves quando na posição "D", e por outro disponibiliza uma disposição mais ativa e uma resposta mais rápida para os mais impacientes quando selecionada a posição "S", sendo que neste último caso, esta opção se irá refletir inevitavelmente num aumento do consumo.
A "bipolaridade" da suspensão adaptativa é outro dos pontos fortes do Civic e uma mais valia nos dias de hoje, tornando o carro mais polivalente para quem gosta de desfrutar tanto de conduções calmas como das mais apressadas. Dá-nos a possibilidade de optarmos por uma suspensão mais confortável para viagens longas e pisos degradados, ou por uma desportiva que, embora ligeiramente mais rígida, não compromete de forma drástica o conforto e potencia o comportamento do chassis aumentando a segurança.
Se à condução com a caixa na posição "S" juntarmos a seleção da suspensão na posição "Dynamic", então podemos tirar o máximo partido do excelente comportamento da plataforma do Civic.
O conforto no Civic 1.6 i-DTEC 9AT não é apenas dado pela suspensão, boa ergonomia dos bancos, posição de condução e pelo espaço interior, mas o facto de ser automático dá-nos também a oportunidade, pelo menos neste nível de equipamento, de utilizar o modo auxiliar "piloto automático" que supervisiona o posicionamento do carro na faixa de rodagem onde nos encontramos e controla a nossa velocidade e a distância ao carro da frente, tornando a viagem mais segura e "paisagísticamente" desfrutável.
No entanto, nem tudo são rosas e tal como com a transmissão CVT, numa condução mais desportiva e exigente, esta 9AT reage um pouco lentamente na posição "D", mas apesar de eventuais seleções desajustadas de velocidades por parte da transmissão automática com a caixa nesta posição, o chassis lidou com grande competência o comportamento mais solto em curva. Para eliminar este comportamento, basta utilizar a posição "S"e desfrutar de uma condução desportiva de forma mais equilibrada e confiante. Para termos uma ligação mais direta e controladora com o carro, podemos recorrer à mudança manual das velocidades através das patilhas no volante.
Basicamente, temos um carro que por um lado oferece conduções calmas e andamentos suaves quando na posição "D", e por outro disponibiliza uma disposição mais ativa e uma resposta mais rápida para os mais impacientes quando selecionada a posição "S", sendo que neste último caso, esta opção se irá refletir inevitavelmente num aumento do consumo.
A "bipolaridade" da suspensão adaptativa é outro dos pontos fortes do Civic e uma mais valia nos dias de hoje, tornando o carro mais polivalente para quem gosta de desfrutar tanto de conduções calmas como das mais apressadas. Dá-nos a possibilidade de optarmos por uma suspensão mais confortável para viagens longas e pisos degradados, ou por uma desportiva que, embora ligeiramente mais rígida, não compromete de forma drástica o conforto e potencia o comportamento do chassis aumentando a segurança.
Se à condução com a caixa na posição "S" juntarmos a seleção da suspensão na posição "Dynamic", então podemos tirar o máximo partido do excelente comportamento da plataforma do Civic.
O conforto no Civic 1.6 i-DTEC 9AT não é apenas dado pela suspensão, boa ergonomia dos bancos, posição de condução e pelo espaço interior, mas o facto de ser automático dá-nos também a oportunidade, pelo menos neste nível de equipamento, de utilizar o modo auxiliar "piloto automático" que supervisiona o posicionamento do carro na faixa de rodagem onde nos encontramos e controla a nossa velocidade e a distância ao carro da frente, tornando a viagem mais segura e "paisagísticamente" desfrutável.
VALORES
O Civic 1.6 i-DTEC 9AT está disponível em 3 níveis de equipamento: Elegance Navi, Executive e Executive Premium. Os preços variam entre os 31.625€ e os 35.425€ da unidade ensaiada.
Fique também a conhecer a nossa opinião sobre a versão diesel de transmissão manual: Ensaio > Civic 1.6 i-DTEC Executive Premium
C. Ruivo
Fique também a conhecer a nossa opinião sobre a versão diesel de transmissão manual: Ensaio > Civic 1.6 i-DTEC Executive Premium
C. Ruivo