1.3.17

Honda Clarity elétrico com autonomia bastante limitada

À quase um ano, a Honda anunciava que o novo Clarity Fuel Cell não seria apenas um modelo, mas sim uma gama composta por 3 variantes do sedan e que seriam todos movidos a energias alternativas: o Clarity a hidrogénio (FCV), o Clarity 100% elétrico (BEV) e uma versão híbrida plug-in.

O primeiro encontra-se disponível desde o ano passado em vários mercados mundiais, o segundo deverá ser revelado esta primavera e deverá chegar na segunda metade de 2017, o último seguir-se-á mais tarde no final do ano ou início de 2018.

Ora é precisamente sobre a próxima variante, o Clarity BEV, que surgem mais novidades. Contudo estas não parecem acompanhar a revolução tecnológica e inovadora pela qual o seu irmão mais velho FCV é conhecido, estando mesmo a ser recebidas pelos norte-americanos de forma algo dececionante.

De acordo com uma entrevista dada à Automotive News, o vice presidente do departamento de desenvolvimento de assuntos ambientais da Honda norte-americana, Steve Center, avançou que o Clarity BEV terá uma autonomia de apenas 129 km.
Segundo Steve Center, a Honda preferiu privilegiar o tamanho e o preço do sedan elétrico em detrimento da sua autonomia. O tamanho da plataforma, partilhado com as restantes variantes, combinado com o custo de baterias com mais autonomia, tornariam o sedan mais pesado e demasiado dispendioso para o mercado onde a Honda o pretende posicionar.

Steve Center justifica a opção da Honda com o acessível posicionamento económico dos produtos da marca: "Um dos pilares da marca Honda é a sua acessibilidade de preços, se a Honda avançasse com um carro elétrico de grande autonomia extremamente caro, que utilidade teria isso para a marca? (...) A maioria dos nossos consumidores não conseguiriam adquiri-lo." Adiantando ainda que as pessoas que optam por um carro com esta tecnologia sabem o que fazem e aonde querem ir: "São muito racionais e não precisam de arrastar ou carregar uma bateria de 480 km de autonomia porque isso custa-lhes dinheiro em eletricidade."

Embora ainda não tenha sido anunciado oficialmente, o preço do Clarity BEV deverá rondar os 35.000 dólares, cerca de 33.000 euros, antes de impostos e incentivos.

Assim, tomando os dois parâmetros, tamanho e  preço, como não negociáveis, a Honda optou por sacrificar a capacidade da bateria. Ficando o Clarity BEV com uma autonomia ao nível da do Nissan Leaf de 2010 e bem abaixo da do Chevrolet Bolt de 2017 (383 km) que custa nos EUA praticamente o mesmo que o Honda irá custar, ou da autonomia anunciada para o Hyundai Ioniq Electric (250 km).
Com o número de opções de modelos elétricos e híbridos, nos mais variados segmentos, a evoluir rapidamente nos mercados mundiais, assim como o aumento de autonomia dos modelos já existentes, custa a crer que a direção tomada pela Honda para o seu veículo elétrico seja uma boa opção.

Segundo o artigo, a Honda vê-se bem posicionada no mercado de veículos movidos a combustíveis alternativos, afirmando que o seu plano de 3 variantes do Clarity irá permitir aos consumidores escolher o seu caminho de entrada nas gamas eletrificadas (isto se escolherem um Honda).

O futuro dirá se este é o caminho certo ou se o "feitiço se virará contra o feiticeiro".

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