A condução autónoma e combustíveis alternativos no futuro da Honda
Os avanços tecnológicos que rodeiam o setor automóvel são origem de notícias quase diárias, e ultimamente os assuntos mais em voga tem sido o da condução autónoma e o da ecologia.
Como uma das marcas mais centradas na relação entre automóvel, tecnologia e ser humano, a Honda tem vindo, desde à largos anos, a preparar, desenvolver e testar soluções inovadoras para o futuro da condução autónoma e de veículos menos poluentes, algumas delas já comercializadas (Clarity, Insight, Jazz EV, etc) outras ainda em testes (Accord automated drive).
Mas qual é exatamente a posição da Honda sobre estes dois fatores no futuro da relação do automóvel com o ser humano e com o ambiente?
Deverá o futuro automóvel excluir a intervenção do ser humano?
Segundo Mitsuru Kariya, engenheiro chefe do projeto do novo Civic, a Honda "acredita na condução autónoma. É algo que chegará, sem dúvida. Mas acreditamos, e esperamos, que permaneça sempre uma certa participação do condutor."
Desta afirmação, podemos depreender que no que toca à condução autónoma a fabricante nipónica garantirá sempre que o ser humano terá uma margem confortável de controlo, se assim o desejar, sobre a condução do veículo. Talvez o melhor compromisso para a Honda seja uma espécie de piloto automático. Caso contrário, onde fica o gozo de conduzir simplesmente pelo prazer de o fazer?
Pelo menos para a Honda, tudo indica que uma era de tecnologia 100% autónoma no mundo da condução está ainda algo distante.
Outra posição que difere a Honda da maioria dos seus concorrentes é a escolha do combustível alternativo para o setor viário do futuro.
Para a fabricante japonesa, soluções como a eletricidade ou a tecnologia híbrida não são soluções eficazes a longo prazo. Para a Honda, o futuro está na tecnologia das células de combustível de hidrogénio.
No entanto, pela sua facilidade de aplicação, disseminação, implementação e custos de produção, as tecnologias elétrica e híbrida são a melhor solução no imediato. O hidrogénio continua a ser mais caro de implementar quer nos veículos quer no terreno, tendo como grande desvantagem a reduzida rede de abastecimento mundial.
Tal como explica Kariya, "Como solução a longo prazo para o futuro, continuamos a acreditar, tal como temos vindo a comunicar, que o nosso sistema de propulsão a células de combustível é a solução. Do ponto de vista de eficiência, do ponto de vista de poluição, do ponto de vista de performance, do ponto de vista do hábito de manipulação, do ponto de vista da praticabilidade... consegues reabastecer em minutos. Contudo, enquanto isto não se tornar normal, e ainda estamos muito longe disso, a eletrificação é um aspeto muito importante."
Ao ter descontinuado modelos híbridos como o Insight, o CR-Z e o Jazz, e apostado na comercialização do Clarity Fuel Cell, este pensamento parece algo desfasado da realidade. No entanto, talvez a Honda tenha algo guardado "na manga". Afinal de contas, a plataforma da 10ª geração do Civic, tal como a do NSX, foi desenhada a pensar em todas as variantes, incluindo uma híbrida.
A corroborar esta tese está a afirmação de Kariya, "... essa plataforma (do novo Civic) foi desenhada para incorporar um sistema híbrido. Apesar de neste momento não haver um plano para um modelo híbrido." "Mas estamos preparados, apenas depende do mercado. Acreditamos no futuro da eletrificação."
Fonte: Carbuzz