Patente revela Honda CB elétrica
A Honda pode estar a trabalhar numa nova gama (ou variante) de motociclos elétricos mais apelativos a clientes com gostos mais clássicos.
Longe da estética arrojada que muitos dos protótipos costumam ter e depois do desenvolvimento de alguns modelos conceito que se centravam exclusivamente na diferenciação estética para destacar a sua alimentação elétrica, a patente de um novo modelo EV de duas rodas da Honda vem quebrar com essa direção, não parecendo trazer nada de novo além da sua simples adaptação elétrica a um modelo já existente.
As imagens no pedido da patente mostram claramente um modelo semelhante às CB125R e CB300R alimentado por um sistema elétrico, partilhando com estas a estética, quadro, suspensão, entre outros elementos.
Dado o modelo utilizado na patente pode especular-se que, pelo menos,
este motor oferecerá prestações equivalentes às de um de 125 cc mas com
uma aceleração e binários mais elevados.
Sem confirmação oficial quanto ao seu desenvolvimento ou lançamento, e apesar de não referir especificações técnicas, a patente mostra com algum detalhe desenhos do motor elétrico que equipará o modelo, um motor desenhado de forma compacta e simples para caber no chassis de uma moto do tamanho da CB125R. Pelas imagens, a unidade motriz será refrigerada a óleo, usando um simples conjunto de engrenagens de redução e uma corrente de transmissão final à roda traseira, ficando posicionada na zona inferior dos motores e transmissão tradicionais atuais. Acima do motor elétrico, no local onde tradicionalmente se encontra a cabeça dos cilindros, posiciona-se a unidade de controlo e, no lugar do radiador, temos o refrigerador.
Já no lugar do aqui inútil depósito de combustível, mantendo a mesma estética e forma, encontra-se uma das baterias enquanto a outra terá sido colocada por debaixo do banco.
Todo este cuidado na integração e adaptação dos elementos do sistema elétrico resultam numa estética e num visual que dificilmente se diferenciará do modelo a gasolina, fazendo com que só os mais atentos percebam tratar-se de uma moto EV.
Consequentemente, dado o compacto desenho do motor e a sua montagem "direta" numa estrutura tão similar com outros modelos, é ainda passível deduzir-se que a mesma solução poderá facilmente e rapidamente ser adotada por modelos CB e até de outras gamas.
Na patente não é clarificado que tipo de baterias serão utilizadas ou mesmo se estas serão permutáveis, como as já utilizadas na PCX Eletric ou em outros produtos da marca. Mas, caso esse fator não interfira no desempenho e autonomia do modelo, fará todo o sentido de forma a oferecer uma maior "elasticidade" e usabilidade da moto.
Não desenvolver um modelo ou uma gama exclusiva de raiz para uma linha eletrificada pode parecer uma má jogada, mas na realidade pode mesmo ter o resultado inverso. Se analisarmos do ponto de vista económico do desenvolvimento e produção, pegar num modelo já existente com um design provado a nível de popularidade e apenas desenvolver o motor para o adaptar à estrutura, pode ser a solução ideal para uma maior rapidez de comercialização e uma melhor aceitação por parte dos mercados, tanto por motivos estéticos como por custo-benefício para o consumidor.
Outro passo inteligente a nível económico, é o facto da marca apontar para a classe equivalente às 125cc, ou seja a uma gama direcionada para um cliente mais jovem e inexperiente, mais sensível a questões ambientais e mais aberto a novas tecnologias e, por isso, mais suscetível de aderir a este tipo de motorizações.
A ser verdade o desenvolvimento e concretização deste novo modelo, tendo em consideração que esta linha 'neo-sports cafe' é comercializada em praticamente todo o mundo, podemos especular que este futuro modelo elétrico terá um potencial de comercialização a nível mundial.