21.6.18

Honda integra consórcio japonês para transmissões tecnologicamente mais avançadas


Até há bem pouco tempo, as caixas de velocidades dos automóveis dividiam-se em basicamente dois tipos: as manuais e as automáticas. Com a evolução da tecnologia, hoje existe uma panóplia de tipos de transmissão para movimentar os veículos: as tradicionais manuais, as CVT, de dupla embraiagem, as híbridas e as menos convencionais de relação fixa (como a do novo Honda CR-V), já para não falar nas que começam agora a surgir devido à proliferação dos veículos elétricos.

Dependendo das marcas, a preferência da sua aplicação nas respetivas gamas poderá recair em um ou vários sistemas. Muitas utilizam transmissões de fornecedores externos dedicados ao seu desenvolvimento e fabrico, outras, como algumas das japonesas, sempre preferiram desenvolver os seus próprios sistemas dado que as transmissões estão intrinsecamente ligadas à performance dos veículos.
A Honda é uma dessas marcas, tendo ao longo da sua história desenvolvido e fabricado a maioria das transmissões que aplica nos seus modelos.

No entanto, este individualismo, é mais um cenário que parece estar a mudar.

Recentemente, celebrando um acordo de parceria, 9 fabricantes automóveis japoneses juntaram-se a dois dos maiores fornecedores de transmissões do país. Esta parceria tem como objetivo, não o desenvolvimento dos produtos até a sua fase final, mas antes desenvolver conjuntamente novas tecnologias aplicadas às transmissões, as quais serão partilhadas entre os envolvidos, criando uma base de ideias acessível a todos os membros participantes.

Do grupo, denominado TRAMI (Transmission Research Association for Mobility Innovation) fazem parte a Honda, a Toyota, a Nissan, a , e as fornecedoras de transmissões Aisin (fornecedora da Toyota) e Jatco (afiliada da Nissan e especialista em transmissões continuamente variáveis - CVT). Aisin e Jatco são atualmente concorrentes diretas no negócio das transmissões.

Para além dos 10 engenheiros que cada um dos fabricantes irá ceder à associação, a TRAMI irá também, no espírito da inovação, formação e desenvolvimento ágil das tecnologias, trabalhar com várias universidades japonesas.

O foco da TRAMI estará direcionado para a redução da fricção, perda de energia, redução de peso, melhoramento do binário, melhoramento das caixas de velocidades aplicadas em híbridos, redução do número de mudanças nos futuros elétricos e no desenvolvimento da próxima geração das transmissões CVT.
No entanto, com um olho nas tecnologias que serão necessárias dentro das próximas duas décadas, o grupo irá também estar atento em aplicações de mobilidade.

A associação será dirigida por Toshiaki Maeda da Honda, o qual, durante a conferência, declarou à imprensa japonesa que o crescimento do segmento de híbridos e elétricos no mercado global gerou a necessidade de uma maior sofisticação das tecnologias aplicadas, sendo que esta foi uma das razões para a necessidade desta mega parceria. Segundo Maeda, esta exigência de sofisticação veio estabelecer um limite no quanto uma empresa isolada, por conta própria, consegue lidar com o desenvolvimento deste tipo de tecnologias com a rapidez necessária para se tornar competitiva.

Maeda destacou ainda os exemplos da Europa, onde as transmissões manuais e de dupla embraiagem têm uma forte presença, e da América, com as automáticas. Referindo que o Japão, pretende assumir uma posição mais relevante e expandir as suas aptidões e capacidades nas transmissões CVT e híbridas.


Fonte: Nikkei
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