16.7.15

Ensaio > HR-V 1.6 i-DTEC Elegance


O ano de 2015 marca o renascimento do icónico HR-V, um modelo que, em 1999, posicionou a Honda como uma das pioneiras do conceito SUV.
Agora, mais de uma década depois, o HR-V está de volta e com motorizações e tecnologias muito apetecíveis.
De acordo com a marca, a segunda geração do HR-V pretende concorrer no segmento dos crossovers, competindo com o Nissan Qashqai, Mitsubishi ASX e Mazda CX-3.

Tivemos a oportunidade de estar presentes na apresentação internacional do modelo, realizada em Lisboa e com percursos de ensaios pelas bonitas paisagens das serras da Arrábida e de Sintra.

Durante o evento, a Honda disponibilizou algumas variantes do novo SUV, com diferentes níveis de equipamento, motores a gasolina e a diesel, com caixa manual ou CVT.
Para este ensaio, escolhemos o motor que será a referência de vendas em Portugal, o 1.6 i-DTEC de 120cv com caixa manual.

DESIGN
Dinamismo, solidez e versatilidade são os 3 conceitos base que caracterizaram o desenvolvimento do novo HR-V. O design coupé, a resistência de um SUV e a versatilidade de um monovolume deram-lhe uma imagem desportiva, uma sensação de robustez, a funcionalidade e o espaço que o consumidor alvo procura neste tipo de veículo. 

Exteriormente, o HR-V é um veículo que tem uma presença bastante compacta, mas apesar do estilo coupé e da grelha frontal desenhada no âmbito do conceito "solid wing face", e talvez fruto do visual contemporâneo que vem regendo este segmento, achámo-lo menos irreverente e inovador do que foi o modelo de 1999. 
Por isso, ou pela cor cinza do modelo testado, a verdade é que não se destacou no meio do trânsito durante o ensaio pela serra de Sintra e linha de Cascais. O facto é que não verificámos o efeito "virar da cabeça" por parte de quem passava por nós, ao contrário do que acontecia com a 1ª geração do modelo.
No entanto, não deixa de ser um veículo bonito e apelativo, principalmente na cor certa para os olhos do futuro proprietário e com os faróis frontais em LED e traseiros da versão Executive.
O modelo que nos foi atribuído estava calçado com pneus 205/55 montados em jantes de liga leve de 16" e 5 raios que ajudavam a criar um look bem mais desportivo.


Mudam-se os tempos, mudam-se as exigências e, cada vez mais encontramos a qualidade e elegância de interiores, que no passado estavam reservadas às gamas topo das marcas, em veículos de gamas mais acessíveis.
O HR-V é dotado de um interior convidativo, elegante e bem construído.
Sentados no banco do condutor, temos uma excelente visibilidade para o exterior e apercebemo-nos  de que todos os comandos estão-nos direcionados, dando ainda mais a sensação de um verdadeiro cockpit. Ficámos fãs do efeito tridimensional que foi dado ao mostrador do velocímetro, bem como do efeito da variação de luz do seu anel quando é ativada a função Eco Assist.
Os bancos ergonómicos e possuidores de bom apoio lateral oferecem uma boa posição de condução, envolvendo-nos e transmitindo um conforto nem sempre encontrado em outras marcas. 
O habitáculo é envolvente mas espaçoso e o tablier parece saído de um verdadeiro coupé desportivo, com uma zona central que se prolonga entre os bancos do condutor e passageiro. O painel de instrumentos encontra-se bem conseguido, organizado e intuitivo, com todos os botões e funções à distância máxima do esticar do braço. Centralmente, está posicionado o ecrã de 7" (táctil) com o sistema Honda Connect, o rádio, funções multimédia, GPS, etc. Um pouco mais abaixo, encontramos os comandos táteis para a climatização, com um design bastante apelativo e fáceis de utilizar.

A bagageira é, sem dúvida, um trunfo apreciável com os seus generosos 1533 litros de capacidade total (com bancos rebatidos). E os "bancos mágicos" acabam por ajudar na versatilidade de carga do modelo.
Muito útil é, também, a altura ao solo da bagageira, de apenas 65 cm, a qual facilita a carga de objetos mais pesados ou difíceis de manobrar.


MOTOR E CONSUMOS
Equipado com o mesmo motor do Civic, o 1.6 i-DTEC é sem dúvida uma excelente aposta para o HR-V. Aliás, já tínhamos ficado com esta sensação desde a altura do ensaio ao CR-V 1.6 i-DTEC, e confirmou-se.
Este motor ajusta-se bastante bem ao peso do HR-V, e não faz feio nas suas prestações. O 1.6 de 120cv disponibiliza a sua potência máxima às 4.000 rpm e o binário de 300 Nm às 2.000 rpm (exatamente o mesmo que o seu irmão CR-V). Tanto a aceleração como as recuperações são bastante lineares, sem se notar qualquer efeito de "lag" nos arranques ou "pastelice" após mudança de velocidades.
A transmissão manual de 6 velocidades está muito bem escalonada, não sendo demasiado curta ou demasiado longa para um veículo deste género. Aliás, um ponto a realçar é a excelente 6ª velocidade, que não se comporta apenas como uma velocidade cruzeiro, tendo uma genica "escondida" para acelerações repentinas.


Para esta versão a diesel, a marca anuncia consumos de 4.2, 3.8 e 4.0 litros/100km em percurso urbano, extra-urbano e combinado, respetivamente.
A verdade é que no final do percurso do ensaio de 74km, com uma condução despreocupada, e apesar de este ter coberto cenários de cidade, nacionais e auto-estrada, o consumo combinado não foi inferior aos 5.0 lt/100km, tendo registado consumos momentâneos de 4.5 lt/100km.
Destacamos, ainda, o valor impressionante de emissões de CO2 de apenas 104 g/km, uma mais valia aquando do pagamento do imposto de circulação.


COMPORTAMENTO
O novo HR-V é um veículo bastante agradável de se conduzir, ágil, despachado e fácil de manobrar. Tem uma direção precisa, que responde facilmente a cada movimento.
A suspensão é firme, mas não demasiadamente dura que comprometa o conforto, e garante um excelente comportamento em estradas de curvas e em piso empedrado.
Segundo a marca, a velocidade máxima está tabelada nos 192 km/h (idêntica à da versão a gasolina 1.5 i-VTEC).
Os sistemas tecnológicos de segurança que equipam o HR-V, como o FCW (avisador de colisão frontal), o CTBA (travagem ativa em cidade), o Hill Hold/Start Assist (assistência ao arranque e paragem em subida)  e o reconhecimento dos sinais de trânsito funcionam perfeitamente. Este último consegue mesmo diferenciar entre os sinais que dizem respeito à faixa em que circulamos e os que são indicados para quem está noutras faixas como, por exemplo, os sinais de faixas de saída em auto-estradas.

Durante a viagem, notámos uma boa insonorização ao rolamento e barulhos aerodinâmicos, no entanto notámos que não é totalmente estanque ao barulho proveniente do motor a diesel. Quando se acelera para chegar a regimes mais altos, ao contrário do "silêncio" que se nota no Civic, o barulho do motor começa a querer invadir o habitáculo, fazendo-nos relembrar de que estamos a conduzir um diesel e não um gasolina. Não é de todo incomodativo, mas gostaríamos de ter encontrado o mesmo nível de insonorização do Civic.

VALORES
O HR-V 1.6 i-DTEC é comercializado em 3 níveis de equipamento.
O nível base Comfort (a partir de 26.000€), o intermédio Elegance (a partir de 27.700€) e o topo Executive (a partir de 30.800€).



VEREDITO
O que surpreendeu?
Prestações do motor
Consumos
Conforto
Comportamento
Equipamento de série

O que desapontou?
A falta de irreverência e futurismo do design, que estava patente no protótipo. Falta-lhe algo para se destacar e diferenciar das restantes opções existentes no mercado, algo que a 1ª geração tinha.
Não haver uma versão 4WD. Embora a Honda reconheça que se o mercado assim o exigir, futuramente, estarão abertos à introdução de uma versão de tração às 4 rodas.

Gostos pessoais à parte, é uma aposta forte da marca e, sem dúvida, uma opção bastante viável e segura para quem pretende um crossover compacto cuja relação preço/qualidade/equipamento dificilmente terá rival.

Para a informação completa, consulte o artigo que divulgámos no mês passado » HR-V 2015 europeu - toda informação



C. Ruivo
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