9.2.18

Japão avisa, sem rentabilidade abandonamos o Reino Unido

Desde que começou, o Brexit tem sido uma verdadeira dor de cabeça para o governo do Reino Unido e para as empresas internacionais que ali se estabeleceram desde a década de 80, aliciadas pelas favoráveis condições oferecidas pela governação de Margaret Thatcher e pelos sucessivos governos.

Esta quinta feira, o embaixador do Japão no Reino Unido, Koji Tsuruoaka, e uma larga representação de 19 empresas japonesas das áreas bancária, cientifica, tecnológica e do setor industrial reuniram-se com a primeira-ministra Teresa May para demonstrarem as suas preocupações quanto à demora nas decisões relativas ao Brexit, deixando o aviso de que se as barreiras comerciais pós saída da União Europeia tornarem as suas empresas não rentáveis, terão de abandonar o Reino Unido.

Na reunião, juntamente com o vice-presidente sénior da Honda Europa, Ian Howell, estiveram os presidentes da Toyota Europa e da Nissan Europa, Johan van Zyl e Paul Willcox, o CEO da Mitsubishi Europa e Africa, o vice-presidente da Hitachi Europa, conselheiros da SoftBank Investment, entre outros.

Só a Honda, a Toyota e a Nissan fabricaram cerca de metade dos 1.7 milhões de carros britânicos, com a produção da Honda a representar 8% deste valor.

No final do ano passado, a Honda acusava o deteriorar da situação e a possibilidade de uma eventual saída quando anunciou que não suportará os custos da tarifa sobre os carros construídos no Reino Unido se o estado regressar às regras da Organização Mundial do Comércio depois da saída da UE em 2019.

De acordo com a Reuters, o governo terá assegurado às empresas japonesas, que já investiram mais de 40 biliões de libras (mais de 45 mil milhões de euros)  no Reino Unido, da importância de manter um comércio livre e sem atritos após o Brexit, mas sem apresentarem qualquer solução em concreto.

À saída da reunião, o embaixador Tsuruoaka declarou aos meios de comunicação presentes que "Se não houver rentabilidade na continuação das operações no Reino Unido, não apenas japonesas, então nenhuma companhia privada poderá continuar a operar. É tão simples como isso. (...) Estas são apostas altas que todos nós, penso, temos de ter em mente."


Fonte: Reuters
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