6.6.17

12 futuristas e loucos protótipos e conceitos Honda-Parte II

Micro-Commuter
Na primeira parte deste artigo começámos uma viagem no tempo para revisitar alguns protótipos e conceitos realizados pela e para a Honda durante a primeira década do milénio. Entre veículos que parecem só existir em desenhos animados a outros que mais se assemelham a naves espaciais, a imaginação dos designers parece não ter limites.

Hoje trazemos a segunda e última parte desta compilação, com sedans, utilitários e carros de competição que parecem saídos de um futuro à Hollywood.


Honda Zeppelin (2009)

Este protótipo foi criado pelo estudante de design Myung Jin Jung, Universidade Hongik, para a sua tese de final de curso cujo tema para 2008 era projetar um sedan de luxo para o futuro, mais precisamente 2030.

Para o Honda Zeppelin, Myung Jin Jung foi buscar inspiração a aeronaves.
A sensação de massa é conseguida através do uso das volumetrias suaves das aeronaves e de formas e linhas que transmitem uma presença forte comum a automóveis de luxo.

Exteriormente, o Zeppelin destaca-se pelo seu "assimetrismo" patente na linha envidraçada nas laterais, tejadilho e que se estende até à traseira do carro. Outra caraterística singular é o para-brisas que se assemelha a uma espécie de viseira, fazendo lembrar as antigas seteiras das fortificações militares, possível graças à inclusão de um ecrã multi-funções no seu interior que dá ao condutor um maior campo de visão do que providenciado pelo para-brisas.

As portas de "gaivota" dão acesso ao interior, influenciado pelo ambiente de primeira classe das aeronaves, onde os bancos rotativos a 180º conseguem ficar de frente para os bancos traseiros numa disposição a que o designer chamou de "Modo de Entretenimento". O Zeppelin seria ainda equipado com um sistema de som de luxo da Bowers&Wilkins.






Honda P-NUT (2009)

O protótipo P-NUT, abreviatura para Personal-Neo Urban Transport, foi concebido e divulgado pela Honda no Salão de Los Angeles de 2009 como uma proposta ambientalmente responsável para um veículo urbano de 3 lugares.

O P-NUT foi concebido para poder ser alimentado tanto por soluções híbridas, elétricas ou por motores convencionais de pequena capacidade alojados na traseira do veículo.

Este protótipo de aspeto um tanto ou quanto estranho mas algo cómico, a fazer lembrar um gremlin zangado, foi desenhado para oferecer um equilíbrio entre formas chamativas e o máximo de espaço interior onde o banco do condutor se posiciona centralmente na frente e os restantes dois por detrás dele, oferecendo bastante espaço para as pernas de todos os ocupantes.
Uma característica do P-NUT para aumentar a sua versatilidade e funcionalidade interior é o recolhimento dos assentos dos bancos traseiros (como nas cadeiras de cinema), permitindo uma maior capacidade de carga.
O prolongado para-brisas funciona como ecrã informativo, possibilitando a visualização direta da informação do sistema de navegação e das imagens da câmara traseira.

"Uma nova geração está a descobrir os benefícios de viver em centros urbanos (...) O P-NUT explora um potencial design para um veículo concebido exclusivamente para a vida citadina." - declarou, na altura da apresentação, o diretor de design avançado da Honda R&D americana, Dave Marek.




Honda Helix (2009)

Para o concurso de design do Salão Automóvel de Los Angeles de 2009, foi requerida aos participantes a criação de um veículo que apelasse aos jovens de 2030. Não interessava o nível de utopia ou realidade das propostas, os designers podiam dar largas à imaginação... talvez por isso, a proposta para o Honda Helix pareça ser algo saído de um filme de ficção científica do tipo Blade Runner de Ridley Scott.

Este projeto conceptual baseia-se num veículo multi-configuracional que se adapta às condições da "estrada".
Utilizando partes transformáveis e flexíveis, o Helix adapta-se e reage a diferentes ambientes e padrões de tráfego, através da mudança de orientação da cápsula mas mantendo a direção do movimento desta.
A configuração "A" destina-se a sistemas viários estreitos e entrelaçados, onde é necessária agilidade para a condução entre o tráfego caótico. A configuração "B" destina-se a viagens entre cidades, onde as distâncias permitem velocidades mais elevadas. E, por último, a configuração "Z" para cidades altamente congestionadas, onde é adotada uma disposição vertical para a menor ocupação territorial.

Composto por avançados polímeros adaptativos, capazes de mudar de forma, cor e propriedades, e associados ao DNA do utilizador, o Helix não seria apenas um transporte mas também uma extensão do seu utilizador, evoluindo ao longo do tempo com este. A ideia por detrás deste conceito seria a de que quanto mais tempo o veículo permanecesse com o proprietário, mais tempo teria para evoluir de forma a corresponder às necessidades deste, formando uma ligação singular entre humano e máquina.



Honda Indy Racing Car (2009)

O projeto do Indy Racing Car foi concebido por Yutian Li, licenciado em Design de Transportes da Faculdade de Estudos Criativos norte-americana, com o apoio da Honda e da Indy Racing League. Para além da licenciatura, Yutian tem também o bacharelato em engenharia de veículos e o mestrado em design industrial da Universidade Tsinghua, localizada na China.

Inspirado pela arquitetura moderna, especialmente pelos trabalhos da arquiteta Zaha Hadid, Yutian desenhou o veículo combinando uma mistura de superfícies e formas sobrepostas para criar um novo visual para os futuros carros de Indy, ao mesmo tempo que lhes proporcionava um desempenho aerodinâmico superior.

A grande asa traseira integrada e localizada acima do motor criaria força descendente sobre o eixo traseiro. À medida que a temperatura do motor sobe, esta força aumentaria devido à diferença de pressão entre ar quente e ar frio. A linha que divide a asa traseira seria sensível às variações da temperatura do motor, mudando a sua cor ao longo da corrida.
O painel lateral direcionaria o ar para fora das rodas de modo a que o efeito de atrito aerodinâmico seja reduzido. A caixa de ar de cada lado do condutor e as grandes entradas na frente garantem o fluxo de ar suficiente para o motor.

Para a proteção do piloto, Yutian desenhou uma estrutura inspirada nas formas de folhas. Esta estrutura seria concebida para afastar a energia da colisão, ao mesmo tempo que manteria o cockpit intacto.



Honda Pegasus (2009)

O Pegasus é um monolugar de competição, criado pelo designer romeno Andrus Ciprian, com uma solução de propulsão diferente dos restantes protótipos e conceitos que vimos até agora.
Para mover o Honda Pegasus, Ciprian propõem um pequeno motor a jato a gás, localizado na traseira.

Para a estética, Cirprian foi buscar inspiração aos protótipos dos clássicos dos anos 50, usando e abusando de elementos aerodinâmicos, tais como asas, spoilers e sistemas de gestão de ar por todo o veículo.
Dada a elevada potência que alegadamente o motor a jato forneceria, eventualmente (ou talvez não) a quantidade de asas e spoilers deveriam fazer o seu trabalho de manter o carro colado à estrada.

As rodas do veículo também não escaparam ao tratamento aerodinâmico, possuindo raios especialmente desenhados para extrair o ar ao girar ajudando a arrefecer os travões.



Honda Air (2010)

Para 2010, os organizadores da competição de ideias LA Auto Show Design Challenge propuseram a vários estúdios dos maiores fabricantes automóveis a criação de um carro que pesasse apenas 454 kg, fosse seguro e confortável e capaz de transportar até 4 pessoas.

Ao desafio, o estúdio de Design Avançado da Honda de Pasadena, Califórnia, respondeu com o protótipo Air, um veículo ultra-leve de carácter desportivo movido a combustível alternativo (ar comprimido).

Os painéis da carroçaria e carenagens do protótipo são compostos num polímero vegetal, e o cockpit foi desenhado para maximizar a experiência de condução "aberta". Painéis dos bancos reforçados com vidro, pneus compostos por uretano, sistema de transmissão compacto e rodas sem cubo eliminam o uso de componentes mais pesados, reduzindo o peso e aumentando o desempenho e a eficiência do veículo.

Inspirado nas montanhas russas e no paraquedismo, o Honda Air é movido por sistema regulador pneumático e de ar comprimido. Utiliza turbos de vácuo e o fluxo de ar externo para regenerar a pressão do tanque de forma a aumentar a autonomia e o impulso em cerca de 160 km. O chassis funciona como tanque principal e todos os componentes, bancos incluídos, são montados neste para eliminar outras estruturas e reduzir o peso geral.

O veículo pode ser abastecido através de um gerador ou compressor de ar em casa ou através do sistema de enchimento de pneus numa qualquer estação de serviço.



Honda 3R-C (2010)

Exibido pela primeira vez no Salão Automóvel de Genebra de 2010, o protótipo 3R-C foi desenvolvido pela equipa de design do Honda R&D de Milão, Itália.

Com propulsão elétrica e 3 rodas, o Honda 3R-C foi criado para ser um transporte monolugar urbano de zero emissões. O motor elétrico está posicionado na zona inferior do chassis para baixar o centro de gravidade e ajudar o equilíbrio do veículo.

Quando estacionado, a capota atua como tampa de proteção ao habitáculo encerrando o espaço e protegendo-o das intempéries e roubos. Quando em utilização, a capota abre e passa a funcionar como para-brisas. As elevadas laterais aumentam a proteção e o conforto do condutor e na frente existe espaço para alguma bagagem de pequenas dimensões.

Back To Top