Indemnização milionária após grave acidente com Honda Jazz mal reparado
Com ou sem culpa dos intervenientes, acidentes acontecem e na maioria dos casos são inevitáveis. De maior ou menor gravidade, as consequências desses acidentes podem ser minimizadas, diretamente através da habilidade dos condutores envolvidos ou indiretamente através dos sistemas de segurança e da própria estrutura do veículo, para isso existem os testes de colisão e as respetivas classificações como forma de informar os proprietários do nível de segurança dos carros que conduzem.
Mas isto é tudo muito bonito no caso dos carros novos. Então e no caso dos usados?... se o veículo nunca teve um acidente, aparte do desgaste temporal, os pressupostos anteriores deverão manter-se, o problema surge quando o veículo foi vítima de um acidente. Ninguém, ou pelo menos ninguém de cabeça sã e com amor à vida compra um usado que esteve envolvido num acidente sem saber a gravidade do mesmo e o que foi afetado... ou compra? Nesta altura, a sua resposta terá sido, claro que não!... pois, e tem a certeza de que o vendedor lhe disse a verdade?, e tem a certeza que o vendedor sabe se o carro esteve envolvido num acidente?, e mesmo que o informem disso, quem lhe garante que o arranjo foi feito com o devido profissionalismo e não a despachar?
A situação em causa passou-se nos EUA, em 2013, quando um casal de
texanos se viu envolvido num acidente frontal com o seu Honda Jazz de
2010 durante uma viagem de Natal.
De acordo com o canal Fox 4, a maneira como a colisão se deu fez
com que o casal Seebachan ficasse preso dentro do Jazz, com as portas
encravadas e com o depósito de combustível furado. E como se não
bastasse todo este cenário e adversidades, para piorar a situação, o
Honda incendiou-se com o casal lá dentro. A pendura saiu a tempo sofrendo alguns ferimentos, mas o condutor, preso, apenas conseguiria sair um pouco mais tarde ajudado por terceiros, já o veículo se encontrava em chamas. Depois de resgatados, o interior do Honda Jazz acabou completamente carbonizado.
Após a peritagem ficou provado que o tejadilho do Honda Jazz adquirido usado pelos Seebachan, tinha sido previamente substituído devido a danos causados por granizo. O facto nunca foi comunicado ao vendedor pelo anterior proprietário ou pela oficina que efetuou a reparação e consequentemente ao casal no momento da compra.
De acordo com a vistoria, e mais tarde admitido pelo diretor da oficina de reparação, o novo tejadilho foi colado ao invés de ter sido soldado.
A peritagem concluiu ainda que as consequências do acidente poderiam ter sido minimizadas ou evitadas se o arranjo tivesse sido feito de acordo com as boas práticas e especificações da Honda.
O casal acabou por processar a oficina pelo arranjo defeituoso, alegando que devido ao tejadilho ter sido colado, a integridade e rigidez estrutural do veículo ficou comprometida. Durante as audiências, ficou ainda provado que a oficina escondeu a falcatrua quer do vendedor como do anterior proprietário, e que o arranjo não ficou registado no historial do automóvel.
Quase 4 anos depois, três dos quais Matthew Seebachan passou no hospital em recuperação das queimaduras, os tribunais de Dallas deram razão ao casal e decidiram numa indemnização de 42 milhões de dólares.
À Fox 4, os Seebachan afirmaram que não se trata do dinheiro, mas sim de despertar a atenção das pessoas e das autoridades quanto à fiscalização de casos semelhantes, para que situações destas não se voltem a repetir.
E em Portugal?... quantos andaram a circular ou a serem vendidos em semelhantes condições?
Este caso é apenas um exemplo que demonstra a importância da existência de um registo fidedigno e de fácil consulta do historial dos veículos usados.Fonte: Fox 4 News