11.10.17

Falsificação na classificação da qualidade de metais afeta Honda e outros fabricantes

Depois do escândalo dos airbags da Takata, outro problema surge agora no país do sol nascente.

De acordo com a Bloomberg, o terceiro maior fabricante de metal do Japão, a Kobe Steel, terá falsificado dados relacionados com a qualidade do alumínio e do cobre que forneceu a mais de 200 companhias suas clientes, dos mais variados setores, incluindo a Toyota, Honda, Nissan, Mazda, GM, Ford, Mitsubishi, Subaru, Suzuki, Hitachi, Shinsho e Japan Railway.

A empresa de metalúrgica afirmou que funcionários seus terão alterado dados relativos à durabilidade e robustez de produtos em alumínio e cobre usados na construção de aviões, carros, comboios e foguetes.

Apesar de não ter revelado os nomes de todas as companhias afetadas, a Bloomberg terá apurado que os fabricantes automóveis Toyota, Mazda e Honda confirmaram a existência dos materiais em causa em partes dos seus automóveis, tais como portas, capôs e outras áreas adjacentes, estando agora a investigar qual o impacto destes materiais na segurança dos seus veículos. Entretanto a Toyota já veio confirmar que os materiais foram fornecidos exclusivamente a fábricas suas no Japão e não incluem fábricas no estrangeiro. Tanto a Nissan como a Suzuki comunicaram estarem a investigar se os seus veículos foram afetados.

A Hitachi assumiu que terá utilizado, sem conhecimento, os materiais fornecidos pela Kobe em comboios já enviados para o Reino Unido, mas que ainda não estarão em utilização. Também os comboios bala japoneses poderão estar em causa, embora testes efetuados à sua resistência após a conclusão, não tenham retornado a existência de problemas.
A Subaru afirmou que terá produzido aviões de treino para as forças de defesa japonesas e asas para os jatos da Boeing Co. com o material. A empresa de aviação está a efetuar as diligências necessárias para averiguar quais os aviões e as peças afetadas.
E a Mitsubishi confirmou ter utilizado os materiais em alguns modelos automóveis, assim como alumínio da Kobe no jato MRJ e no foguete H-IIA que foi lançado para um satélite, na terça feira, pela Agência Aeroespacial Japonesa.

A Kobe Steel afirmou ter descoberto a falsificação dos dados após inspeções que terá realizado a produtos enviados entre setembro de 2016 a agosto de 2017. Cerca de 4% dos produtos em alumínio e cobre exportados terão sido falsamente marcados como estando de acordo com as especificações requeridas pelos clientes.

A companhia adiantou ainda não ter conhecimento, até à data, de nenhum problema de segurança relacionado com os produtos em causa.

De acordo com a Bloomberg, o vice-presidente executivo Naoto Umehara confirmou que a falsificação dos dados terá ocorrido sistematicamente em todas as 4 fábricas locais da Kobe, tendo mesmo sido, durante pelo menos 10 anos, prática comum em alguns produtos.

A japonesa Kobe Steel prepara-se agora para a possibilidade de ter de enfrentar vários processos judiciais quer no país de origem quer no estrangeiro.


Fonte: Bloomberg
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